Taxista
ensina de forma simples como fazer um relacionamento sobreviver aos anos
Quem diria
que em um dia de trabalho em uma cidade que nem é a sua você fosse conhecer
alguém tão simpático e com uma história tão inspiradora. Foi isso que aconteceu
com Caroline Elisa, que mora em Santa Catarina, mas foi fazer um trabalho em
Recife. A psicóloga chamou um táxi, mas na verdade estava chamando um futuro
amigo e nem sabia disso: ao volante estava Getúlio, um taxista de 60 anos e que
a ensinou de forma simples o que muitos de nós precisamos aprender: fazer um
relacionamento perdurar mesmo depois de muitos anos de convívio.

Hoje meu dia
começou com uma sorte gigante. Conheci Getúlio, um senhor de 60 anos,
aposentado, taxista há 7 anos e nas horas vagas, faz perfumes (tem um nome
específico para essa profissão, mas não lembro).
Pediu para
fazer uma ligação rapidinha antes de sairmos. Ele precisava ligar para a
esposa. Eu, dentro do táxi, ouvi: “Amor, só pra te dizer que estou saindo, indo
para o lado do Paiva. Te amo!”
Ouvi aquilo e
não me contive: “Ela é sua namorada?” Ele disse: “Sim. É minha namorada há 35
anos”. E foi a partir daí que tive uma das melhores conversas dos últimos
tempos.
Perguntei
qual era o segredo de uma vida conjugal tão feliz. Entre uma indagação e outra,
ouço as palavras a seguir:
- Vaidade:
“Eu me cuido. Minha esposa também. Comemos bem. E somos vaidosos. Eu ando
sempre bem cheiroso e minha esposa também. O perfume que eu mais gosto se chama
“Marlene”. Foi um perfume que fiz para minha esposa. Misturei 3 essências,
ficou um luxo! Quando ela coloca o perfume e eu sinto o cheiro dela chegando,
fico todo apaixonado.”
- Renúncia:
ele disse “Ex.: Se eu detesto forró, mas a velhinha gosta, vou por ela. Então, um
dos segredos é a renúncia. Mas é renunciar sem o outro saber. Do contrário,
vira cobrança.”
- Senso de
Humor: “Pessoa ranzinza não é de Deus. Chega uma hora em que o sexo não é mais
tão importante. Então tem que rir. Você deve casar com alguém que gosta de
conversar, porque um dia os filhos vão embora e fica você e sua velha. Já pensou
ter que conviver todos os dias com alguém sem senso de humor e que você não
gosta de conversar?”
-
Surpreender: “Quando ela fez 50 anos, organizei uma festa surpresa para ela.
Tinha 200 pessoas. Todas as pessoas que ela gostava. Não sei cantar, mas
ensaiei dois meses uma música de Roberto Carlos pra cantar para ela. Tinha
levado o remédio da pressão porque ela é hipertensa e poderia se emocionar
demais. Acabou que eu fiquei tão emocionado, que tomei o remédio dela. Foi uma
das expressões mais lindas que vi no rosto dela, porque ela ria sem parar da
minha desafinação. Valeu a pena o meu esforço, ao menos fiz ela rir. Agora, a
próxima surpresa vai ser um cruzeiro com Roberto Carlos. Será no ano que vem.
- Perdão: “Eu
nunca dormi com coisas pendentes. Bunda com bunda. Eu prometi para ela no dia
do casamento que nunca dormiríamos de costas um para o outro. Isso já nos
salvou de muitas decisões erradas.”
Escutei tudo
com muita atenção e entusiasmo e me dei conta, mais uma vez, do quanto preciso
evoluir.
Vou parar por
aqui, já ganhei meu dia hoje. Obrigada, Sr. Getúlio!
Do blogue: Pergunte a uma mulher
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